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Cavaleiro das Américas' é atração na ExpoLondrina

Jornalista percorreu 16 mil quilômetros pelo continente e tem monumento em sua homenagem no Parque Ney Braga



Ricardo Chicarelli

"Não ganhei dinheiro, mas em compensação ganhei muitas lições para minha vida e isso é espetacular", afirma Felipe Masetti

Três cavalos, algumas peças de roupas, um chapéu e muita coragem. Foi com isso que Felipe Masetti, 31, percorreu cerca de 16 mil quilômetros durante dois anos e meio, passando por dez estados das mais diversas regiões da América. A aventura começou em 2012, em um rodeio no Canadá (Estados Unidos), e terminou em 2014, na Festa do Peão de Barretos (SP). Natural de Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo, ele está pela primeira vez na ExpoLondrina - Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, que iniciou na quinta-feira (5) e segue até o dia 15. PUBLICIDADE A relação do "cavaleiro das Américas", como ficou conhecido, com a cidade pé-vermelho foi estabelecida bem antes da vinda dele. Em 2016, a SRP (Sociedade Rural do Paraná) inaugurou uma escultura no Parque Ney Braga para homenageá-lo. Com aproximadamente quatro metros de altura, e feita de fibra, a imagem mostra Masetti em cima de um cavalo e fica em frente à arena de laço. "Fiquei muito feliz e agradecido quando fiquei sabendo. Para mim é um honra poder ter um pouco de mim em uma cidade como Londrina. Estou pela primeira vez aqui e vim agradecer", enalteceu. Também existe um monumento dele no lugar no parque onde acontece a Festa do Peão, em Barretos.

Jornalista de formação, o cavaleiro viveu nove anos em Toronto, no Canadá, com a família. De volta ao Brasil, resolveu buscar patrocínio para a longa viagem. O desejo por "mergulhar" no desconhecido veio da época de criança. "Meu pai me contava todas as noites a história de um homem que, em um cavalo, foi de Buenos Aires, na Argentina, a Nova York, nos Estados Unidos. Era um sonho de criança que busquei realizar", relembrou.

Segundo ele, quando contou para os amigos e familiares que iria transformar em realidade o desejo, as reações foram as mais diversas. "Os amigos me chamaram de louco, falavam que eu ia morrer e não aguentaria. Já meus pais me apoiaram muito. Ficaram preocupados, mas do meu lado", relatou. Entre os países que percorreu estão Estados Unidos, México, Peru, Bolívia e Brasil, com o itinerário sendo feito primeiro pelo Pantanal. "Durante toda a viagem dormi em várias casas, indo de políticos, narcotraficantes, as pessoas dos mais diversos tipos", garantiu.

CUIDADOS Principais companhias durante o período que cavalgou pela América, os animais receberam tratamento especial para aguentar a longa e desgastante jornada, que foi da neve ao deserto. As trotadas inicias foram feitas em circuitos curtos, até os bichos se acostumarem. Pelo menos duas vezes por mês recebiam vitamina extra e as ferraduras eram trocadas de acordo com o solo que teriam pela frente. O dono revezava o cavalo na montaria, para evitar desgaste. Atualmente, os cavalos atletas estão "aposentados".

Masetti foi sobrevivendo com o que ganhava de doações de populares. "Comia muito macarrão instantâneo e tinha fé. O cavaleiro não tem muito isso (de exigir comida)", pontuou. A preparação antes da maratona também foi diferente. "Fiz academia para ganhar resistência física e também emagrecer. Muitos cavaleiros que conversei falavam que com um peso menor poderia ajudar com os cavalos. Foi uma relação muito legal com animais. Minha preocupação era mais com eles do que comigo. O vínculo que criei foi muito forte."

SEGUNDA JORNADA Após a primeira aventura, o jornalista cavaleiro ainda encarou outro desafio. Em 2016 saiu de Barretos e foi até o Chihuahua, no norte de México. Neste percurso, que durou pouco mais de um ano, ele arrecadou fundos para o Hospital de Câncer da cidade paulista e divulgou sobre a importância do tratamento e atenção à doença. Mesmo com as experiências vividas, o "cavaleiro das Américas" quer mais. Para 2019 planeja sua terceira viagem, esta saindo do Alasca (Estados Unidos) e indo até Calgary (Canadá), onde tudo começou.

"Não ganhei dinheiro nenhum com isso, mas em compensação ganhei muitas lições para minha vida e isso é espetacular. Via a bondade das pessoas todos os dias. Uma vez uma família humilde da Guatemala matou uma das poucas galinhas que tinham para eu poder ter o que comer. Todos são iguais, mesmo com as diferenças e ideias. Além disso, é uma prova de que todos devemos buscar os nossos sonhos, porque não existe nada impossível. Agora quero mais um percurso, para 'fechar' a América de norte a sul", destaca.

Para registrar todas as histórias da primeira viagem, ele usou do conhecimento jornalístico para escrever um livro. Os exemplares podem ser encontrados em uma carreta próximo a pista de hipismo do Parque Ney Braga. Ele ficará em Londrina até o dia 9. Para o futuro, o desejo é de escrever mais uma obra contanto a segunda aventura pelo continente

Pedro Marconi Reportagem Local


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